Milagre o Testemunho da Verdade

sábado, 18 de janeiro de 2014

COMO SE PREPARAR PARA RECEBER A SANTA COMUNHÃO?



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Muitos recebem a Eucaristia de forma indiferente ou sem tomar consciência da grandeza do Sacramento dos sacramentos. Muitos chegam inclusive a considerar a Santa Missa como algo opcional ou pouco importante na vida de santidade.
Tudo isso é fruto da falta de conhecimento. A maioria das pessoas não sabe que ao receber a comunhão, sem o devido preparo, poderá lhes trazer quase nada como fruto e dependendo do caso pode até mesmo levar a condenação ao Inferno por cometer sacrilégio. Por isso é importante se preparar adequadamente para receber a comunhão. Mas fica a pergunta: como fazer isso?
Antes de tudo, a pessoa deve fazer um exame de consciência e ver se há algum pecado mortal que ela ainda não foi perdoada através da confissão. Esse exame deve ser feito, única e exclusivamente, sobre o ensinamento da Igreja. Se a pessoa não encontrar nenhum pecado mortal cometido, está tudo bem. No caso de haver algum pecado mortal não confessado, deve-se buscar a confissão antes de comungar, como ensina a Igreja:
“Se alguém tem consciência de ter pecado mortalmente, não deve comungar a Eucaristia sem ter recebido previamente a absolvição no sacramento da penitência [confissão].” (Catecismo da Igreja Católica, n. 1415)
Feita esta primeira etapa, a pessoa está apta a comungar. Porém para comungar e obter o máximo de frutos espirituais, levando a um crescimento na santidade, a pessoa deve se preparar com fervor e devoção. É o modo como os santos se preparavam para receber a Eucaristia. E esse modo de preparação para receber a Eucaristia com frutos é ensinado por São Luís de Montfort em quatro passos.
O primeiro passo nos diz:
“Humilhar-te-ás profundamente diante de Deus” (São Luís de Montfort, Tratado da Verdadeira Devoção, 266)
Sendo assim, precisamos reconhecer como somos maus, indignos, cruéis, inúteis, impuros e traidores e que não merecemos receber nada de Deus, a não ser o castigo e a condenação. Ao mesmo tempo temos também que reconhecer como Deus, apesar de toda ofensa que fazemos a Ele, é paciente, bondoso, um pai carinhoso, sábio, perfeito, misericordioso. O amor de Deus por nós é tão grande que, mesmo com nossa revolta contra ele, Ele se dá todo a nós na Eucaristia. Lembremos sempre do quanto Deus é bom em relação ao quanto somos maus e contemplemos o abismo que existe entre essas realidades.
O segundo passo é:
“Renunciarás ao teu fundo todo corrompido e às tuas disposições, embora o teu amor próprio as faça parecer boas.” (São Luís de Montfort, Tratado da Verdadeira Devoção, 266)
Reconhecer que nossos melhores desejos, nossos melhores atos e tudo o que fazemos para Deus acaba manchado pela nossa imperfeição devido a nosso fundo mal. A nossa intenção na maioria das vezes é contaminada por algum apego a si mesmo, por melhor que ela possa parecer para nós. São Pedro Julião ensinava: “De boa intenção o inferno está cheio”, demonstrando como somos ignorantes e apegados às coisas, mesmo quando parece que fazemos o bem. Diante disso tudo, devemos renunciar a este fundo mal e as nossas intenções se estiverem erradas, mesmo quando pensamos que fizemos algo bom ou correto.
Em terceiro lugar:
“Renovarás a tua consagração dizendo: Todo Vosso sou, ó querida Mãe, e tudo o que tenho é Vosso!”(São Luís de Montfort, Tratado da Verdadeira Devoção, 266)

O terceiro passo é renovar a entrega a Nossa Senhora, uma mãe misericordiosa, sublime, pura e santa, que deseja nos ajudar a alcançar plenamente seu Filho. Ao renovarmos a consagração, nos tornamos coisas que não pertencem mais ao mundo, mas recordamos e renovamos a promessa de pertencer somente a esta tão boa Senhora e a Seu Filho Unigênito, em santidade de vida e no amor fervoroso a Eles.
O quarto passo contém um segredo pouco conhecido e que foi o que fez tantos santos alcançarem a santidade rapidamente através da Eucaristia:
“Suplicarás a esta boa Mãe que te empreste o seu Coração, para n’Ele receberes seu Filho com as disposições d’Ela.” (São Luís de Montfort, Tratado da Verdadeira Devoção, 266)

Este passo é o que nos concede a possibilidade de receber a Eucaristia de modo perfeito, embora ele seja impossível a nós pecadores. Pedimos à Virgem Santíssima que ela empreste seu coração e venha receber seu Filho em nós. Assim, não somos nós que recebemos Jesus, mas Maria que o recebe em nosso coração de forma perfeita, e comunica-nos todas as graças abundantes que jorram das fontes da vida eterna e que somente ela tem acesso por sua santidade e pureza singular.
Este é o modo com que podemos e devemos nos preparar antes de receber a Eucaristia com grandes frutos. Em outro artigo, trataremos com mais detalhes de como viver o momento espiritual durante e após a comunhão.
Que possamos, ó Virgem Santíssima, receber teu Filho toda inteiro através de seu Imaculado Coração, do qual jorra um manancial de graças para todos aqueles que se confiam à Vós.


Autor: Murilo Esteves Frizanco
Fonte: Domus Mariae

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