Milagre o Testemunho da Verdade

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Testemunho de ex "evangélico", agora católico e os motivos que o levaram à conversão

 Se um cego guiar outro cego... (Mt 15,14)

Eu, que por muitos anos frequentei igrejas evangélicas de diversas denominações, e por muito tempo fui enganado e explorado pelos seus pastores, dedico este testemunho a todos aqueles que se declaram "ex-católicos", sem nunca terem sido católicos de fato, mas sobem aos púlpitos protestantes-"evangélicos", que eles, por pura ignorância, chamam de "altar", para induzirem ao erro seus irmãos mais ingênuos (Se não há sacrifício não é e nem pode ser altar: só existe Altar na Igreja Católica).

Não creio que um dia tenham sido católicos os que depõem seus falsos testemunhos dizendo que encontraram a salvação em alguma "igreja evangélica", porque os verdadeiros católicos já encontraram Jesus e a Salvação na Igreja que ele mesmo nos deu, e não podem abandonar a Comunhão com Deus, seu Criador e Salvador, a não ser que nunca tenham comungado, de fato, com o Senhor Jesus Cristo.

Enumero abaixo as 32 principais razões porque deixei o protestantismo e retornei à primeira e única Igreja de Jesus Cristo. Espero sinceramente, com isto, poder salvar alguma alma do erro e da perdição eterna.



1) Princípio "só a Bíblia" (Sola Scriptura)


Nada mais falso do que esse princípio. Os cristãos do primeiro século não dispunham de Bíblia. E nem os cristãos dos séculos seguintes. Na verdade, os cristãos só puderam contar com a Bíblia para consulta, como hoje, muitos anos depois da invenção da imprensa, que só aconteceu no ano de 1455. Então, será que o Senhor Jesus esperaria mais de um século e meio para revlelar sua verdadeira doutrina para o mundo? Se assim fosse, Ele teria mentido, pois disse antes de partir para o martírio que estaria com a sua Igreja até o fim do mundo (conf. Mateus 28, 19-20).

Além disso, para que a Bíblia fosse a única fonte de revelação, seria no mínimo necessário que ela mesmo se proclamasse assim; e não é o caso, pelo contrário. A Bíblia diz que a Igreja é a coluna e o sustentáculo da verdade (1 Tim 3, 15), e não as Escrituras. Nela, Jesus Cristo diz ainda: "Vocês examinam as Escrituras, buscando nelas a vida eterna. Pois elas testemunham de Mim, e vocês não querem vir a Mim, para que tenham a Vida!" (João 5, 39-40).

Sim, a Bíblia diz que as Escrituras são úteis para instruir, mas nunca diz, em versículo algum, que somente as Escrituras instruem, ou que só o que as Escrituras dizem é que vale como base para a fé. Isso é uma invenção humana sem nenhum fundamento. E a Bíblia também diz que devemos guardar a Tradição (conf. 2 Tessalonicenses 2, 15 e 2 Tessalonicenses 3, 6, entre outros). Contrariando a Bíblia, os "evangélicos" rejeitam a Tradição.

2) Princípio "Só a fé salva"
A mesma Bíblia ensina que a fé sem obras é morta, na Epístola de Tiago (2, 14-26). A mesma Bíblia ensina que o cristão deve perseverar até o fim para ser salvo (Mt 24, 13). E ainda acrescenta que seremos julgados, todos, por nossas ações boas ou más. Existem várias passagens que dão conta de um julgamento futuro e, sendo assim, é falso que alguém aqui na terra já esteja salvo só porque "aceitou Jesus". Não basta ir à frente de uma assembleia e dizer "Aceito Jesus como meu Senhor e Salvador"para ganhar o Céu. Não, não. É preciso muito mais do que isso. Conversão não é da boca para fora: é preciso que cada um tome a sua cruz e siga o Senhor, que, aliás, nunca prometeu prosperidade para quem o seguisse.

Portanto, é totalmente mentirosa a afirmação de que basta ter fé para ser salvo. Ora, os demônios também crêem (Tiago 2, 19)...

3) Lutero
Foi Martinho Lutero quem começou com as "igrejas" protestantes, que deram origem às "igrejas evangélicas" de hoje. Mas o que ele pensava é seguido apenas em parte pelos "evangélicos" de hoje. Eles seguem somente os princípios “Só a Bíblia” e “Só a Fé”. Mas Lutero é o fundador de todas as igrejas evangélicas que existem hoje, então por que não são todos luteranos? Na verdade, isso seria bem menos pior...
Por outro lado, se reconhecem que Lutero é um homem falível, como é possível a um "evangélico" ter tanta certeza de que os princípios que ele inventou sejam dignos de confiança absoluta? Mais do que o que ensina a única Igreja que tem 2.000 anos e foi instituída diretamente por Jesus Cristo? - Mais: o próprio Lutero contestou o Papa e decretou que não se deve confiar num sacerdote. Mas ele mesmo era um ex-sacerdote católico. Então, se ele mesmo se descarta como pessoa confiável, quem é tolo o suficiente para dar crédito ao que ele disse ou escreveu?

4) Subjetivismo religoso I
Uma denominação evangélica não é igual a outra em matéria de fé. Isso é fato:

Umas batizam crianças, outras não;

Umas admitem o divórcio, outras o repudiam;

Umas aceitam mulheres como "pastoras", outras não;

Umas praticam a "santa ceia", outras não;

Umas ensinam que devemos guardar o sábado, outras não;

Algumas ensinam a teologia da prosperidade, outras a repudiam;

Por aí vai... Tem "bispo evangélico" por aí defendendo até o aborto, só porque a Igreja Católica é (claro) contra! É comum ouvimos frases como estas: “Nesta 'igreja' está o verdadeiro caminho”, ou “Deus levantou este ministério" ou ainda "a tua vitória está aqui”. Mais comum ainda é os "pastores" dizerem que as igrejas deles são "ungidas"... Ora, se todas essas igrejas ditas "evangélicas" são tão diferentes entre si, e a Verdade é uma só, como é possível um "evangélico" ter certeza que está na caminho certo, ou que o seu "pastor" está pregando a "Verdade", se existem tantos outros "pastores" (que também dizem seguir a Bíblia e afirmam que são "ungidos") que discordam dele?

5) Subjetivismo religioso II
 
Cada "crente" pode interpretar a Bíblia do jeito que quiser, segundo a tese protestante de Lutero. Mas todos nós sabemos que um "crente" não concorda com outro em todas as coisas. Muitas vezes divergem entre si mais do que convergem. Se cada qual interpreta a Bíblia do seu jeito, e nem poderia ser diferente. Então, como é possível um "evangélico" ter a certeza de que está certo na sua interpretação? E por quê, meu Deus, por quê apenas a interpretação da Igreja Católica é que está totalmente errada, em tudo? Essa é a mais cruel de todas as incoerências das "igrejas" ditas "evangélicas": praticamente todas elas se reservam a criticar umas às outras, mas todas são unânimes em criticar a Igreja Católica! O mais incrível é não perceberem que, agindo assim, estão cumprindo as profecias bíblicas do próprio Senhor Jesus Cristo: "Sereis odiados de todos por causa do meu Nome" (Lucas 21, 17); "Bem aventurados sereis quando, mentindo, disserem toda espécie de mal contra vós, por amor ao meu Nome" (Mateus 5, 11-12)...

Os pastores se ajoelham e se prostram diante de réplicas da Arca da Antiga Aliança, mas eles não chamam esses pastores de "idólatras". Só os católicos são chamados assim. Eles idolatram até lencinhos embebidos no suor do falso profeta Valdemiro, mas eles não acham que isso é idolatria... Em algumas denominações, acontece a distribuição de lembrancinhas, sabonetinhos para espantar "olho gordo", vidrinhos de óleo "ungido", "rosas consagradas", etc, etc... Mas nada disso, para eles, é idolatria. Somente os católicos é que são idólatras. Todos pensam assim, porque todos sofreram a mesma lavagem cerebral, que é muito difícil de reverter.
6) Subjetivismo religioso III

A interpretação pessoal da Bíblia por cada "crente" e "pastor" afronta claramente a Bíblia. De acordo com a santa Palavra de Deus, interpretação alguma é de caráter individual. Examinar a Bíblia não é o mesmo que interpretá-la. Posso examinar uma pessoa e lhe informar que encontrei uma mancha na sua pele. Mas o diagnóstico deve ser feito pelo médico, e não por mim, que sou leigo.

7) "Igreja não importa" e "igreja não salva"...

Todo "crente" diz em alto e bom som: “Igreja não salva ninguém”. Ora, se igreja não salva ninguém e cada um pode interpretar a Bíblia pessoalmente, para quê frequentar alguma denominação? Quando ocorre algum escândalo envolvendo algum "pastor", o crente também diz: “Olha para Jesus e não para o pregador”. Mas se o pregador ensina tolices e princípios contrários ao verdadeiro cristianismo, por que eu deveria ouvir o que ele diz? Não é possível "olhar para Jesus" assim. Pelo contrário, isso só vai colocar em risco a minha alma! Se cada crente pode interpretar pessoalmente a Bíblia, se "igreja" não salva ninguém e o pastor não é confiável (ele é só um homem falível), então por que os "evangélicos" continuam dando tanto crédito aos pregadores?

8) Evangelização

E se cada um de fato pode interpretar a Bíblia a partir da sua leitura pessoal, que conta com a assistência do Espírito Santo, por que ao invés de pregar não se imprime Bíblias e se distribui à população? Ora, se basta ter fé para ser salvo e se cada um pode ser o próprio intérprete da Bíblia, para que servem as denominações, os cultos, os "pastores", as pregações, livros, CDs e DVDs? Ao invés dos milhões em dízimos e ofertas, que sustentam toda uma estrutura que é desnecessária (afinal todos os que creram estão salvos), por que não reunir esses recursos e construir gráficas e mais gráficas para a impressão de Bíblias e distribuí-las para todos aqueles que não conhecem Jesus?

Eu digo porquê: porque os "pastores" se encarregam de passar a sua interpretação pessoal da Bíblia aos ingênuos que os seguem. E essa interpretação é deturpada e não tem nada a ver com a Mensagem original nos Evangelhos. Os "evangélicos" pensam que entendem a Bíblia, mas na verdade tudo o que eles conhecem é a interpretação pessoal deste ou daquele "pastor".

Se nem o pregador é digno de confiança, razão pela qual o crente deve confrontar o seu entendimento pessoal da Palavra com a pregação do palestrante, por que razão alguém deveria dar crédito a um desconhecido que lhe vem falar como porta-voz de Jesus?

9) Interpretação bíblica

Agora, se cada um pode interpretar a Bíblia e se todas as interpretações estão corretas, mesmo que sejam todas diferentes entre si, por quê só a interpretação católica está errada? A Bíblia só pode ser interpretada se a pessoa está sob o rótulo de "evangélico"? Nesse caso, o que salva não é a fé, é o rótulo. E se for assim, ao contrário do que eles afirmam, a placa da igreja ou o rótulo de "evangélico" é que salva.

Pela visão protestante, milhares e milhares de denominações estão corretas nas suas interpretações bíblicas, mesmo que sejam diferentes entre si. Todas elas estão certas e apenas uma está errada, que seria a Igreja Católica. Justamente a primeira igreja que existiu é que não conta com a assistência do Espírito Santo. Nesse caso, Jesus mentiu quando disse que os portais do inferno não prevaleceriam contra a Igreja (Mat 16, 18) pois o inferno teria triunfado contra a Igreja Católica, e também quando disse que estaria com a sua Igreja até o fim do mundo: ele só se faz presente para quem carrega o rótulo de "evangélico"...

10) O Pai Nosso
A oração é bíblica. Foi ensinada pelo Senhor Jesus. O "evangélico" a repudia. Por quê? Para não parecer católico. O "crente" jura defender a Bíblia, mas é o primeiro a não obedecê-la. Ele decidiu que não irá recitar o Pai Nosso e fim de papo. E pior. Quem o faz está errado, ainda que esteja obedecendo à Bíblia. O crente se acha melhor do que Jesus. Jesus fez a oração do Pai Nosso, mas o "evangélico" não tem que fazê-la.

11) Maria

Isabel, que ficou cheia do Espírito Santo com a visita de Maria, chamou-a de "mãe do meu Senhor". O crente a chama de "mulher como outra qualquer". Isabel recebeu o Espírito S com a chegada de Maria, grávida de Jesus Cristo, Deus Todo-Poderoso. O "evangélico" fica cheio de ira quando se menciona o nome de Maria. João Batista estremece no ventre de Isabel ao ouvir a voz de Maria. O crente se enfurece quando ouve o nome Maria. A Bíblia diz que Maria será chamada de bem aventurada por toda as gerações. O crente a chama de mulher pecadora como qualquer outra.

O protestante rasga os Textos Sagrados. E jura defender a Bíblia. Seguem o que querem e desprezam o que não lhes interessa.

12) Confissão

A Bíblia é clara: aos Apóstolos foi dado o poder de reter e perdoar pecados (Lucas 20, 21-23). Como é possível reter ou perdoar se alguém não lhes confessa? Desnecessário falar mais a respeito.

13) Fundação de novas "igrejas"

A Bíblia não faz qualquer referência à milhares de “igrejas” diferentes e separadas, mundo afora. Mas para fundarem suas denominações, os "evangélicos" não fazem questão da tal da base bíblica de que tanto falam. A Bíblia diz que devemos ser um só corpo. Eles fazem o contrário. Dividem-se, subdividem-se, de novo e de novo. Se uma igreja não etá agradando, procuram outra mais ao seu gosto, e os mais espertos fundam as suas próprias igrejas, do jeito que acham mais certo (ou do jeito que dá mais lucro, em muitos casos), segundo sua própria interpretação da Bíblia. E todos dizem que estão sendo guiados por Deus. Existe um Deus ou muitos deuses? Se é um só Deus, como tantas igrejas podem ensinar coisas diferentes, e todas estão certas, menos a católica?

Eles fragmentam o Corpo e pulverizam a mensagem do Evangelho. Fazem o contrário do que o Senhor nos ordenou. Basta um crente discordar do outro, - e isso é a coisa mais fácil de acontecer, - que já surge uma nova denominação. Seus líderes podem ter “visões” para fundarem novas denominações. Somente as revelações católicas aprovadas pela Santa Igreja é que são refutadas.

O "crente" acredita no que deseja. E rejeita tudo que é católico. Sempre dois pesos e duas medidas. O pastor falou que teve uma visão e todo mundo engole. Nessa hora o “biblicamente” ou “a Palavra de Deus” não tem qualquer importância.

14) Julgamento dos homens

Embora Jesus Cristo nos ensine, - e insista muito nisso, - que não devemos julgar as pessoas, o que o "evangélico" mais faz é julgar os erros das pessoas católicas, especialmente quando dizem respeito aos sacerdotes. Mais uma vez a Bíblia é desprezada. E fazem pior: ao mesmo tempo em que são implacáveis com os católicos, são tolerantes com as outras "igrejas evangélicas". São muito, muito tolerantes para com os falsos profetas que se apoderam dos títulos de "bispo" e "pastor". Para falar desses verdadeiros picaretas, as expressões mais usadas são: “Não toca no ungido do Senhor”; “Ai de quem toca no santo do senhor”; “Não podemos julgar”; “Deixa que ele está fazendo a obra de Deus"... Como sempre, dois pesos e duas medidas.

15) A Doutrina da Trindade

Como disse no primeiro item, a maior falácia de todas é acreditar que só o que está escrito na Bíblia é que vale, por isso mesmo é que insisto em demonstrar a demonstrar a incoerência entre o que os "evangélicos" pregam e o que ensina a Bíblia. A Doutrina da Trindade, por exemplo, não está explícita na Bíblia. Mesmo assim, a grande maioria dos "evangélicos" a confessa. Só não sabem explicar o motivo. Se não é está dito clara e explicitamente na Bíblia deveria ser rejeitada por eles. E por que a maioria professa tal doutrina? Porque os Concílios Católicos assim definiram, e Lutero os acatou.

É sempre assim. Alguns "evangélicos", em alguns momentos, seguem Lutero, e outros, em alguns momentos, o rejeitam. Depende da conveniência de cada "crente", em cada situação. O Purgatório, outro exemplo, também está implícito na Bíblia, e a maioria deles rejeita. A Doutrina da Trindade está implícita na Bíblia e a maioria acata.

É sempre o que o "evangélico" quiser. Ele cria a sua doutrina a partir das escolhas que faz. Ele decide que textos da Bíblia irá seguir e quais deverão ser rejeitados. Ele escolhe o que quer seguir de Lutero, Calvino e Wesley. Ele junta tudo isso com sua própria interpretação individual e também filtra aquilo que vem de outros "crentes" e outros pregadores. Assim o protestante monta a sua própria religião, e, fazendo-se sábio aos seus próprios olhos, torna-se um apologista de sua própria doutrina.

16) Falta de união

Tudo que um "evangélico" menos gosta é de instrução. Então eles inventam "aulinhas" em suas congregações e chamam de "curso de teologia"... Mas eles não fazem a menor ideia do que essa palavra quer dizer. Hoje em dia, tem até curso para "formar pastor" em 3 meses! Você faz o cursinho e já está apto para assumir uma comunidade religiosa, que vai segui-lo cegamente. Um sacerdote católico precisa estudar em média 8 anos para assumir uma paróquia. Ele precisa se graduar em teologia, filosofia, vivenciar a experiência pastoral, ser testado psicologicamente, intelectualmente... E precisa saber ler a Bíblia nas l´pinguas em que foi escrita, hebraico e grego. E para ser pastor? Basta se declara "ungido" por Deus... E sempre tem quem acredita. E como tem!

Mas quando um "evangélico" não concorda com a doutrina da sua denominação ou do seu pastor ele logo vai atrás de outro vento. Quando contrariado, troca a sua denominação por outra, e não raras vezes funda a sua própria “igreja”. Divisão da divisão da divisão... e assim por diante.

17) Pedro

Todo protestante para contestar o catolicismo abraça a interpretação literal. No entanto, quando se refere a Primazia de Pedro, o "evangélico" vai buscar a deturpação em infinitas traduções e malabarismos de lógica para fazer a sua contestação. A interpretação que o crente vier a escolher é a que interessa. Se ele precisar usará o grego, o aramaico, o latim, hebraico, textos de Lutero, textos de Calvino, opiniões de outros pregadores, livros de autores protestantes e assim por diante. Tudo, menos abrir os olhos e simplesmente ler o que está escrito lá no Evangelho de Mateus (16, 18).

O importante é nunca concordar com o catolicismo e recusar que Jesus tenha firmado sua igreja sobre Pedro. Negam a Pedro e o poder que ele recebeu diretamente do próprio Senhor para ligar e desligar na terra. Negam que Jesus tenha lhe entregado as Chaves do Céu, e tudo o que isso implica. Nessa hora, pouco importa o texto bíblico. Os defensores da Bíblia literalmente a desprezam. E fica tudo bem, afinla, todos eles(as) são homens e mulheres de Deus. Só os católicos estão errados, os pastores e pastoras estão todos certos, certíssimos, até mesmo quando ensinam o contrário do que a Bíblia ensina. E continuam achando que seguem a Bíblia...
18) Povo de Deus

Todo "evangélico" denomina a sua comunidade como o “Povo de Deus”. E por extensão, considera como pertencente a este mesmo "povo" todo e qualquer crente de outra denominação. Todos são irmãos em Cristo. Não importa que doutrina o outro "evangélico" prega ou pratica.

Não importa nem mesmo que ele não conheça o outro "evangélico" ou a sua denominação. Mas um bom católico, ainda que viva uma vida santificada, nunca é considerado “irmão em Cristo” ou “Povo de DEUS”. O que fala a Bíblia a respeito? “Todos aqueles que ouvem e praticam a Palavra de DEUS são meus irmãos e minha mãe” O que Jesus está nos dizendo? Todo aquele que ouve e obedece pertence a sua família. Ele não faz distinção de qualquer espécie. Nessa hora, o texto bíblico não tem a menor importância. O que importa é o desejo do crente e sua necessidade de definir quem está salvo e quem está condenado.

O crente não só despreza a Bíblia, como também toma o lugar de Jesus como Juiz Único e ainda antecipa o julgamento de todos os homens. Nem Lutero em seus melhores ou piores dias, ninguém sabe, seria capaz de produzir uma heresia tão deprimente.
 
19) Obras de Lutero

Alguém conhece um protestante que tenha lido alguma obra de Lutero? A maioria nem sabe quem foi Lutero. Sumiram todas as “obras” de Lutero. Também pudera. Foi Lutero quem chamou Jesus Cristo de bêbado e de adúltero (vide Tischeredden. Conversas à Mesa, 1472, edição de Weimar, volume II, p. 107, apud Franz Funck Brentano, Martim Lutero, editora Vecchi, Rio de Janeiro, 1956, p. 151). É de Lutero que os "evangélicos" copiam o “Só a Bíblia” e o “Só a fé”, mas a maioria deles nem sabe disso.

20) A Eucaristia e o Espírito Santo

O Senhor foi claro: seu Corpo é verdadeiramente Comida. Seu Sangue é verdadeiramente bebida (João 6, 55). Quem se alimenta da sua Carne e bebe do seu Sangue tem a Vida Eterna. Ele mesmo diz de si mesmo que é o Pão Vivo que desceu do Céu. Está na Bíblia. Mas como de costume, nessa hora, a Bíblia não importa.

Depreza-se o texto bíblico e tudo bem. Afinal, todos os "pastores" são "ungidos" e "profetas". Qualquer dorzinha que alivia na hora do culto e logo dizem que foi um milagre. Com imensa facilidade atribuem tudo o que se fala ou se faz, como pular ou cair no chão, como "obra do Espírito Santo"... Não sabem que a Bíblia diz que o único pecado que não tem perdão é a blasfêmia contra o Espírito Santo?

21) Reforma

Curiosidade: os "evangélicos" negam a Igreja Católica como sendo a Igreja original de Jesus Cristo. Mas então, se é assim, como é possível que esses mesmos "crentes" abracem a chamada "reforma" protestante?? Dizem que a Igreja Católica é falsa. Mas a reforma daquilo que é falso só pode resultar em algo igualmente falso. Se a Igreja Católica ensina mentiras, qualquer outra denominação que tenha derivado dela só pode ensinar igualmente mentiras. Se algo que nasceu de uma reforma é bom, isso implica que a fonte original era boa, mas precisava de uma reforma. Como pode a reforma de uma igreja falsa ser acatada como honesta?

E se a Igreja é falsa, falsos são também os seus fiéis, sacerdotes, ritos e tudo mais. Em última análise, seu Deus também deveria ser falso. E se os seus membros são falsos, entre os quais Lutero, como pode esse mesmo falso sacerdote e falso cristão ser considerado um "grande reformador"? Como pode a sua reforma de uma Igreja onde tudo é falso ser aceita como padrão de fé e modelo de cristianismo ?

Mas nada precisa fazer sentido no mundo dos "evangélicos". Para cada "crente", conta apenas o que ele quer entender e aceitar. Só vale o que o "pastor" fala no púlpito. Só vale o que os pastores interpretam da Bíblia. Extremos absurdo: eles nos acusam de acreditar que o Papa é infalível (o que é mentira), mas na verdade eles é que consideram seus pastores infalíveis! O que o pastor entende da Bíblia é inquestionável, é aceito por todos como a verdade absoluta e divina!

Existem até alguns menos esclarecidos chegam a dizer que foi Constantino que fundou a Igreja Católica(!). Mas nessa hora precisamos fazer justiça e reconhecer que uma estupidez desse tamanho nunca foi dita pelos antigos protestantes. Até hoje as igrejas protestantes históricas (luterana, calvinista, presbiteriana, etc.) reconhecem que a Igreja Católica é a Igreja instituída por Cristo sobre a Terra. e que se não fosse por ela nós nem teríamos a Bíblia, hoje.

Agora, se essa tolice fosse verdade, então os evangélicos estariam abraçando uma reforma da “Igreja de Constantino”!? Eles rejeitam a Igreja de “Constantino”, mas aceitam a sua reforma?? Seria engraçado, se não fosse triste...

22) Tradições

A Bíblia Sagrada nos orienta que guardemos as tradições.

"Então, irmãos, estai firmes e guardai a Tradição que vos foi ensinada, seja por palavras, seja por epístola nossa". (2 Tessalonicenses 2, 15)

"Mandamo-vos, porém, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos afasteis de todo o irmão que anda desordenadamente, e não segundo a Tradição que de nós recebeu." (2 Tessalonicenses 3, 6)

Mas os evangélicos renegam a Tradição. A pergunta que não quer calar: por que os evangélicos não guardam a Tradição, se a Bíblia orienta o contrário? No fundo no fundo, para eles pouco importa o que diz a Bíblia. Eles pensam que entendem de Bíblia, mas o que eles conhecem bem é a interpretação pessoal que o pastor faz da Bíblia. Aqueles que juram defender a Bíblia são os primeiros a contrariá-la, porque não a conhecem de fato.

23) Batismo de crianças

De onde os protestantes tiraram que a pessoa deve ser batizada somente depois da idade adulta? Alguns chegam a se comparar a Jesus Crito, dizendo que se Ele foi batizado depois de adulto, nós devemos fazer a mesma coisa!.. Como alguém consegue escutar um absurdo desses, sem chorar nem morrer de rir, é difícil entender! Meu Deus, Jesus Cristo é Deus, e foi Ele mesmo quem instituiu o Batismo! Além disso, o batismo que ele recebeu de João, como os próprios Evangelhos ensinam, não era o mesmo Batismo que Jesus ordenou à sua Igreja! Isso é tão óbvio que é difícil entender como podem se confundir a esse respeito! O Batismo que nós praticamos é outro. Além disso, Jesus carregou a sua Cruz e foi crucificado aos 33 anos. Se os "evangélicos" querem imitar Jesus tão fielmente, em tudo, porque não procuram fazer também o mesmo?

Mais uma vez, eles ignoram a Bíblia, pois ela não proíbe o Batismo das crianças, ao contrário: os Atos dos Apóstolos contam que muitas famílias inteiras foram batizadas pelos Apóstolos, e nós sabemos que todas as famílias judaicas tinham sempre muitas crianças, por uma questão justamente religiosa. Mesmo assim, o protestante prefere a interpretação dos "pastores" do que considerar o que diz a Bíblia.

Além disso, por que os "convertidos" devem ser batizado numa denominação "evangélica", mesmo que já tenham sido batizados na Igreja Católica? Quando um ex-protestante adere à Igreja Católica, na grande maioria das vezes não se exige um novo batismo. Por quê? Porque se alguém é batizado e com todas as palavras se diz no batismo que Jesus Cristo é o Senhor, como é possível ignorar a ação do Espírito Santo de forma que o mesmo batismo se torne inválido?
 
24) Unidade

Não fosse por fé ou por raciocínio intelectual, não fosse pelos fatos históricos que conheço ou simplesmente por questão de constatar inúmeros erros doutrinários nas milhares de denominações protestantes, a divisão e discórdia que há no meio já seria suficiente motivo para me afastar deles.

A Bíblia diz que devemos ser um só Corpo. Tudo que os "evangélicos" não querem é a união. Onde se vê "um só Batismo e uma só Fé" entre eles? Ao invés da determinação bíblica, existem mais de 50.000 denominações diferentes e divergentes entre si. A Bíblia diz que não deve haver divisão entre os cristãos. Qual dos protestantes nesse planeta leva em consideração esse texto bíblico? Mais uma vez jogam fora a Bíblia que juram defender.

25) A Bíblia é mais importante do que a Igreja?

Este é, disparado, o maior erro dos evangélicos. A Bíblia é filha da Igreja, e não a sua mãe. Foi a Igreja que escreveu a Bíblia, pouco a pouco. Os cristãos dos primeiros séculos não tinham Bíblia. É a igreja que dá credibilidade à Bíblia, e não o contrário. Acreditamos na Bíblia porque acreditamos na sua fonte. E a fonte da Bíblia Cristã é a Igreja Católica, por intermédio da qual Deus a entregou à humanidade: a Igreja Católica foi a responsável pela compilação, canonização e preservação dos textos. Quem não acredita na Igreja não deveria acreditar na Bíblia, que foi por ela produzida. Mera usurpação. Nem mesmo Lutero chegou a tal absurdo. Não é a Bíblia que define a Igreja ou que define o que Deus pode ou não fazer. A igreja é que definiu a Bíblia, por inspiração de Deus!

Mas dizer que Deus está preso à Bíblia e dela não pode “fugir” é algo escandalosamente mentiroso e blasfemo. Mas eu ouvi, pessoalmente, homens que se dizem pastores afirmando exatamente isso, que Deus não pode agir contra a Bíblia. Deus não conhece limitação de espécie alguma! A Bíblia é um instrumento, uma arma do cristão para ser usada no combate, e não uma regra imutável da qual nem Deus escapa. Dizer isto é blasfêmia! Acaso é o Criador menor do que a criatura? Aquele que chama todas as coisas a existência está preso às definições e interpretações das milhares de denominações ditas "evangélicas"? O que se vê por aí é a religião do livro. Bibliolatria pura.

A Bíblia é o ídolo de todos e o seus intérpretes que julgam-se sábios aos seus próprios olhos, tornando-se ídolos de si mesmos. A Igreja Católica não propõe a religião do livro, mas a Religião da Palavra Viva e Encarnada, o Verbo do Deus Vivo, Jesus Cristo, que se doa em Corpo, Alma e Divindade no Santíssimo Sacramento do Altar, o qual eles não conhecem e contra o qual blasfemam.

26) Intercessão

Inúmeras são as passagens bíblicas que falam sobre a intercessão de homens santos e anjos. Tudo ignorado pelos protestantes. No entanto não raras vezes uns oram pelos outros e mesmo chegam a pedir orações aos pregadores “ungidos” pelo Senhor. A Bíblia diz que muito vale a oração de um justo. Mas diz também que não há justo algum na terra. Sabendo que a Bíblia não é contraditória, de que justos estamos falando? Acaso aqueles que já foram julgados e muitos estão certamente entre os bons, são menores do que aqueles que ainda vivem por aqui?

Se nós, que somos injustos, podemos interceder uns pelos outros, muito mais podem aqueles que já estão na Glória Eterna.
27) Sacrifício e Mediação

É intolerável afirmar que os católicos creem em outros mediadores além de Jesus. O Mediador para a nossa Salvação, entre Deus e nós, é Cristo, que com seu Sacrifício Eterno e eficaz nos resgatou na Cruz. Só Jesus, sendo Deus, se fez homem frágil e humilde, e suportou as piores dores e martírio e morte terríveis pela nossa salvação. É por isso que na Santa Missa oferecemos o Sacrifício do próprio Jesus Cristo a Deus Pai em expiação dos nossos pecados. Por isso nos alimentamos de Cristo na Sagrada Eucaristia.

Intercessão é outra coisa. Mediadores entre Jesus e os homens podem ser os nossos irmãos de fé ou os santos e anjos no Céu. A Santa Igreja, que segundo a Bíblia é a coluna e sustentáculo da Verdade (1 Timóteo 3, 15), recomenda.

28) Fé e Doutrina

O que é significa a expressão “coluna e sustentáculo da Verdade”? Significa que, sem a Igreja que Jesus deixou no mundo, a Verdade desmorona. Não somos capazes, por nossas próprias forças, de alcançar a Verdade Divina. E Deus mesmo designou a sua Igreja para nos auxiliar nesse processo. Mas tem gente por aí dizendo que Igreja não serve para nada. "Igreja não importa, importa é Jesus..." - Tá. Só tem um detalhe: foi o próprio Jesus quem nos deixou a sua Igreja Una, e disse que dependeríamos dela para encontrar o Caminho e para obter o perdão dos pecados. Mais uma vez isso está escrito lá, bem claro, na Bíblia... O problema é que, quando eles falam em "igreja", estão pensando numa empresa, que qualquer um pode fundar quando quiser, basta inventar um nome, registrar em cartório e abrir firma... Não entendem o profundo significado da Igreja Celeste, a qual Jesus fundamentou sobre o Apóstolo Pedro, o primeiro Papa

Ora, o Senhor Jesus foi claro ao dizer que as portas do inferno nunca prevaleceriam sobre a sua Igreja. Nunca significa jamais. Mas o "evangélico" não crê na promessa do filho de Deus. Para ele, o inferno prevaleceu sobre a Igreja Católica, que teria incorrido em “erros graves”. E foi preciso Lutero para corrigi-los. O que disse um homem é mais valorizado do que o que disse Jesus Cristo!

E agora são indispensáveis os atuais pregadores "evangélicos" que, mesmo divergindo entre si, estão todos certos e fazendo reparos na doutrina. Mas cada nova denominação introduz novidades, ritos e hábitos. E de Lutero ninguém lembra. Ora, ou Lutero acertou ou Lutero errou. Ou Deus levantou Lutero para corrigir os erros do catolicismo ou não levantou ninguém. E se Deus tivesse levantado Lutero, quem é o "evangélico" para continuar reformando aquilo que Deus já teria reformado? Para o "evangélico" Jesus mentiu. As portas do inferno prevaleceram "evangélico" sobre a sua Igreja e sobre o Cristianismo, por 1.500 anos, até nascer Lutero para restaurar a Verdade.

E se não fosse o “santo” Lutero, até hoje o cristianismo que se pratica por aí seria falso. Mas o "evangélico" não permaneceu com Lutero. E nem com Jesus. Conclusão: o "evangélico" amarrou uma pedra ao pescoço e lançou-se ao mar. Para ele, Jesus, depois do sofrimento atroz e do Sacrifício, deixou o homem por conta própria. Cada um interprete a Bíblia como puder. O "jesus" deles diz algo mais ou menos assim: “Virem-se. Leiam, interpretem, escolham uma denominação qualquer, porque igreja não importa. Eu deixei minha própria Igreja só de brincadeira, isso não faz a mínima diferença. Fundem igrejas novas se não gostarem de alguma denominação, contestem seus próximos, ofendam aquela que escolhi para ser minha mãe e odeiem os católicos... Assim vocês se salvarão”.

O Jesus em que nós cremos não é assim. Seu desejo é que nenhum de nós se perca. Por isso nos deu nossa Santa Mãe Igreja para nos apontar o Caminho, sem erro. Ele sabe que o coração humano é incerto e contestador. O Apóstolo Paulo confirma que nosso julgamento é sempre tendencioso. Por isso mesmo, Jesus prometeu que estaria com esta mesma Igreja até o fim dos tempos.

É sem dúvida infinitamente mais seguro ser católico.

E se alguém quiser criar um texto para responder "porque não sou católico", vou dar uma ajuda:

Por que alguém deixa de ser católico ?

Primeiro, ninguém deixa de ser católico. Os falsos católicos, aqueles que estão somente fazendo número no meio do Povo de Deus, deixam de frequentar a Igreja, quando se decepcionam com alguma coisa. E o fazem por arrogância, soberba e presunção. Me parece que a maioria o faz por ignorância, pura e simples. Alguém que não estuda nada sobre sua própria Igreja e religião.

Presumir que tudo sabe e não aceitar qualquer tipo de correção ou instrução é típico do "evangélico", e foi exatamente assim que a antiga serpente tentou o homem e a mulher: "vocês serão como Deus, conhecerão o Bem e o Mal por conta própria"... Ser um divisor por natureza já é motivo para fundar uma “igreja” e contestar aquela que Jesus institui sobre a Terra. 
 

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Santificados pelo sofrimento

O sofrimento santifica?Sentimos em nossa carne, que a conquista da santidade é algo que supera as nossas forças humanas, por isso os santos parecem aos nossos olhos como sobre-humanos. Na verdade, foi com o auxílio da graça de Deus que chegaram ao estado da bem-aventurança. “O que é impossível à natureza, é possível à graça de Deus”, disse Santo Agostinho. Ele ensina que a graça não anula e nem dispensa a natureza, a enriquece. Como Deus nos vocacionou para sermos santos, Ele dirige a nossa vida e os nossos passos sempre nessa direção. Na medida que a nossa liberdade o consente Ele dirige os nossos passos para esse fim. É por isso que nos acontecimentos de nossa vida muitas vezes não entendemos o que nos sucede. Na verdade é a mão de Deus a nos conduzir.
O médico não prescreve o medicamento que agrada ao paciente, mas aquele que o cura. Assim também, como o Médico das almas, Deus nos apresenta muitas vezes remédios amargos, mas é para a nossa santificação. Assim, as provações e as tentações que Deus permite que nos atinjam são para o nosso bem espiritual. A Bíblia nos dá essa certeza. Àqueles que querem ser seus discípulos o Senhor exige: “Tome a sua cruz cada dia e siga-me” (Lc 9,23). Após a disposição interior de “renunciar a si mesmo”, é preciso a mesma disposição para “tomar a cruz cada dia”. Foi com a cruz que o Cordeiro de Deus tirou o pecado do mundo, e é também com a cruz que Ele tira o pecado enraizado em cada um de nós. Sabemos que o sofrimento não é obra de Deus, é a consequência do pecado.
 “O salário do pecado é a morte” (Rom 6,23). Para dar um sentido ao sofrimento, Jesus o transformou em “matéria prima” da nossa salvação. Quem quer chegar à santidade não deve ter medo da cruz e deve toma-la, resolutamente, “a cada dia”, como disse Jesus, porque é ela que nos santificará. Para entender essa pedagogia divina vamos examinar o que nos ensina a Carta aos hebreus, no capítulo 12, sobre as provações. Começa dizendo que assim como fizeram os santos, devemos nos “desvencilhar das cadeias do pecado” (v.1), enfrentando o “combate que nos é proposto”, como Jesus, que “suportou a cruz” (v.2), sem se deixar “abater pelo desânimo”(v 3). Em seguida mostra”nos que tudo é válido na luta contra o pecado. “Ainda não tendes resistido até ao sangue, na luta contra o pecado” (v.4).
 Nesta luta vale a pena derramar até o próprio sangue, a própria vida. Em seguida a Carta recorda a citação dos Provérbios que diz: “Filho meu, não desprezes a correção do Senhor. Não desanimes,quando repreendido por ele, pois o Senhor corrige a quem ama e castiga todo aquele que reconhece por seu filho” (Prov. 3,11). Assim como nós pais terrenos, corrigimos os nossos filhos, porque os amamos, Deus também o faz conosco. Quantas vezes eu precisei segurar no colo os meus filhos, quando ainda pequenos, para que o farmacêutico os aplicasse uma injeção. Só o amor por eles me obrigaria a tal ato, mesmo com o seu choro nos meus ouvidos. Assim também Deus faz conosco; por amor, permite que as provações arranquem as ervas daninhas do jardim precioso de nossa alma.
A palavra de Deus diz: “não desprezes a correção do Senhor” (v.5), portanto devemos acolhe-la, amá-la, mesmo que nos incomode. E ela continua: “Estais sendo provados para a vossa correção: é Deus que vos trata como filhos. Ora, qual é o filho a quem seu pai não corrige ?” (v. 7). Somos filhos legítimos de Deus, e não bastardos, por isso Ele nos corrige (V.8). E a palavra de Deus nos diz que Ele nos corrige “para nos comunicar a sua santidade” (v.10). Aí está a razão pela qual Jesus nos manda abraçar a cruz de cada dia. É pelas pequenas e numerosas cruzinhas de cada dia que o Artista Divino vai moldando a nossa alma, à sua própria imagem. A nós cabe ter paciência e aceitar cada sofrimento, cada revés, cada humilhação, cada doença, enfim, cada golpe do Artista, com resignação e ação de graças.
A nossa natureza sempre se revolta, se impacienta e se agita desesperada, e com isso, só faz aumentar ainda mais o sofrimento e agrava a situação. O segredo para se sofrer com paciência é não olhar nem para o passado e nem para o futuro, mas viver, na fé, o presente. Um dos grandes conselhos que Jesus nos deixou no Sermão da Montanha foi este: “Não vos preocupeis pois com o dia de amanhã (…). A cada dia basta o seu mal” (Mt 6,34). Deus sempre nos dará a graça necessária para carregar, com determinação, a cruz de cada dia que nos santifica.
Cada um de nós têm a sua própria cruz, única e exclusiva, pois para cada tipo de doença há um remédio próprio.
A nossa cruz “de cada dia” é formada de tudo o que fazemos e sofremos: o trabalho diário, as preocupações, a falta de dinheiro, a doença, o acidente, a contrariedade, as calúnias, os mal entendidos, enfim, tudo, o que nos desagrada. Tudo isto se torna sagrado quando abraçado na fé e colocado no cálice do sangue do Senhor celebrado a cada dia no altar.
Certa vez, andando no Cemitério, por entre as sepulturas, em dado momento deparei”me com essa frase em uma delas: “A melhor oração é o sofrimento”. É verdade, pensei, mas desde que seja abraçado na fé e na paciência, e oferecido ao Pai junto com o sangue de Jesus.
A cruz se torna mais suave quando é aceita por amor a Deus. Jesus mesmo ensinou à confidente do seu Coração, Soror Benigna Consolata, como se deve sofrer: “Quando sofres, quer interna quer externamente, não percas o merecimento da dor. Sofre unicamente por Mim”. Sofrer tudo por amor a Jesus, eis o segredo de sofrer bem . Santo Agostinho tem uma frase que nos ensina bem tudo isso: “Quando se ama não se sofre, e se sofre, ama”se o sofrimento”. Quanto mais calados sofrermos, sem ficarmos buscando o consolo das pessoas que nos cercam, choramingando as nossas dores, tanto mais cresceremos na santidade, e tanto mais teremos méritos diante de Deus. A maior vitória sobre o sofrimento, qualquer que ele seja, será sempre o nosso silêncio e aceitação.
Muitas vezes nos impomos uma série de mortificações, mas os santos ensinam que as melhores cruzes são aquelas que Deus permite que cheguem a nós. “São Francisco de Sales dizia que: “As cruzes que encontramos pelas ruas são excelentes, e que mais o são ainda” e tanto mais quanto mais importunas ” as que se nos deparam em casa”. Valem mais as cruzes do que as disciplinas e os jejuns. De que adianta a penitência que voluntariamente nos impomos, se não aceitamos aquelas que diariamente Deus nos impõe, na medida exata da nossa correção? De nada valeria o sacrifício de um enfermo que quisesse tomar muitos remédios amargos que não fosse aquele receitado pelo médico. De forma alguma devemos desprezar as mortificações que nos impomos, contudo, mais importante do que elas são as que a divina providência nos manda.
São Paulo dizia aos romanos que “tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (Rom 8,28). Deus sabe aproveitar todos os acontecimentos da nossa vida para o nosso bem. Aceitar isso é ter fé, é saber abandonar-se nas mãos divinas, como o enfermo se entrega nas mãos do médico em que confia.
Tudo o que podemos passar nesta vida é pouco em vista da grande obra de santificação que Deus quer fazer em nós. Não podemos perder de vista o objetivo de Deus Pai que nos “predestinou para sermos conforme à imagem de seu Filho” (Rom 8,29). São Paulo tinha isto tão certo que disse aos romanos:
“Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada” (Rom 8,18).
É grande demais a obra que Deus está fazendo em nós. Santo Agostinho nos ensina que Deus “não permitiria o mal se não soubesse tirar dele um bem maior”. E que muitas vezes Deus permite que o mal nos atinja para evitar um mal maior.
As provações nos fortalecem para o combate espiritual; por isso, os Apóstolos sempre estimularam os fiéis a enfrentá”las com coragem. São Pedro diz:
“Caríssimos, não vos perturbeis no fogo da provação, como se vos acontecesse alguma coisa extraordinária. Pelo contrário, alegrai”vos em ser participantes dos sofrimentos de Cristo…”(1 Pe 4,12).
E ele ensina que a provação nos levará à perfeição:
“O Deus de toda graça, que vos chamou em Cristo à sua eterna glória, depois que tiverdes padecido um pouco, vos aperfeiçoará, vos tornará inabaláveis, vós fortificará” (1 Pe 5,10).
É importante notar que o Apóstolo ensina-nos que a provação nos “aperfeiçoará-e nos tornará “inabaláveis”. É importante não se deixar perturbar no fogo da provação. Não se exasperar, não perder a paz e a calma, pois é exatamente isto que o tentador deseja. Uma alma agitada fica a seu bel-prazer. Não consegue rezar, fica irritada, mal humorada, triste, indelicada com os outros, etc. O antídoto contra tudo isso é a humilde aceitação da vontade de Deus no exato momento em que algo desagradável nos ocorre, dando, de imediato, glória a Deus, como São Paulo ensina: “Em todas as circunstâncias dai graças, pois esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus” (1 Tes 5,16). É preciso fazer esse grande e difícil exercício de dar glória a Deus na adversidade. Nesses momentos gosto de ficar glorificando a Deus, rezando muitas vezes o “Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo …” até que minha alma se acalme e se abandone aos cuidados de Deus. Essa atitude muito agrada a Deus, pois é a expressão da fé pura de quem se abandona aos seus cuidados. É como a fé de Maria e de Abraão que “esperaram contra toda a esperança” (Hb 11,17-19), e assim, agradaram a Deus sobremaneira.
Jó agradou muito a Deus porque no meio de todas as provações, tendo perdido todos os seus bens e todos os seus filhos, ainda assim soube dizer com fé :
“Nu sai do ventre da minha mãe, nu voltarei. O Senhor deu, o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor! ” (Jo 1,21).
Afirmam os santos que vale mais um “bendito seja Deus!” pronunciado com o coração, no meio do fogo da provação, do que mil atos de ação de graças quando tudo vai bem.
O pecado original corrompeu tão intensamente o estado de santidade e de justiça original, em que Deus nos criou que, só mesmo com as provações Ele retira as “ervas daninhas” que se entranharam no jardim da nossa alma, que é propriedade de Deus. O Jardineiro divino da nossa alma sabe os métodos que deve empregar para limpar cada alma. Santa Teresa diz que sentiu Jesus dizer-lhe:
“Fica sabendo que as pessoas mais queridas de meu Pai são as que são mais afligidas com os maiores sofrimentos”. E por isso afirmava que não trocaria os seus sofrimentos por todos os tesouros do mundo. Tinha a certeza de que Deus a santificava pelas provações. A santa chega a dizer que “quando alguém faz algum bem a Deus, o Senhor lhe paga com alguma cruz”. Para nós essas palavras parecem até um absurdo, mas não para os santos, que conheceram todo o poder salvífico e santificador do sofrimento.
São Paulo ensina que:
“As nossas tribulações de momento são leves e nos preparam um peso de glória eterna” (2Cor 4,17).
Quando São Francisco de Assis passava um dia sem nada sofrer por Deus, temia que Deus tivesse se esquecido dele. São João Crisóstomo, doutor da Igreja, diz que “é melhor sofrer do que fazer milagres, já que aquele que faz milagres se torna devedor de Deus, mas no sofrimento Deus se torna devedor do homem”.
Só aceitaremos e amaremos o sofrimento quando enterdermos, como os santos, que por meio dele, Deus destrói em nós as más inclinações interiores e exteriores, que impedem a nossa santificação. As ofensas, as injúrias, os desprezos, os cinismos irritantes, as doenças, as dores, as lágrimas, as tentações, a humilhação do pecado próprio, etc., nos são necessários pois dão”nos a oportunidade de lutarmos contra as nossas misérias. Isto não quer dizer que Deus seja o autor do mal, ou que Ele se alegre com o nosso sofrimento, não. O que Deus faz, de maneira até amável, é transformar o sofrimento, que é o salário do próprio pecado do homem, em matéria prima de sua própria salvação, dando assim, um sentido à dor. A partir daí, sob à luz da fé, podemos sofrer com esperança. É o enorme abismo que nos separa dos ateus, para quem a dor e a morte, continuam a ser o mais terrível dos absurdos da vida humana.
A paciência na dor é a grande arma do santo. São Tiago afirma que a paciência produz uma obra perfeita. Veja o que ele diz:
“Meus irmãos, tende por motivo de grande alegria o serdes submetidos a múltiplas provações, pois sabeis que a vossa fé, bem provada, leva à perseverança, mas é preciso que a perseverança produza uma obra perfeita, a fim de serdes perfeitos e íntegros sem nenhuma deficiência” (Tg 1,2″4).
A provação produz a perseverança, e por ela, passo a passo, chegaremos à perfeição, é o que nos ensina com essas palavras São Tiago.
O capítulo dois do Livro do Eclesiástico é o “hino da paciência”. Deveríamos decorar suas palavras:
“Meu filho, se entrares para o serviço de Deus (…) prepara a tua alma para a provação; humilha teu coração, espera com paciência (…) não te perturbes no tempo da infelicidade, sofre as demoras de Deus; dedica-te a Deus, espera com paciência” (Eclo 2,1-3).
“Aceita tudo o que te acontecer; na dor, permanece firme; na humilhação, tem paciência. Pois é pelo fogo que se experimentam o ouro e a prata, e os homens agradáveis a Deus, pelo cadinho da humilhação” (4-6).
Essas palavras precisam ser muito bem assimiladas, amadas e vividas. É a paciência que nos levará ao céu. São Gregório Magno afirma que todos os santos foram mártires ou pela espada ou pela paciência. São Paulo gloriava-se nas provações:
“Nós nos gloriamos também nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a perseverança…” (Rom 5,3-5).
Sofrer com paciência é sabedoria, pois assim se vive com paz. Quem sofre sem paciência e sem fé, revolta”se, desespera”se, e sofre em dobro, além de fazer os outros sofrerem também. Santo Afonso diz que “neste vale de lágrimas não pode ter a paz interior senão quem recebe e abraça com amor os sofrimentos, tendo em vista agradar a Deus”. Segundo ele “essa é a condição a que estamos reduzidos em consequência da corrupção do pecado”.
É preciso aqui, ressaltar ainda uma vez mais, que as mortificações que aparecem contra a nossa vontade são as mais agradáveis a Deus, quando as abraçamos com fé e paciência. Diz o livro dos Provérbios que:
“Mais vale o homem paciente do que corajoso” (Pr 16,32).
Quando eu tinha vinte e dois anos de idade, recém formado na Faculdade, fui aprovado em concurso para Professor de uma Faculdade Federal de Engenharia. Casei”me no mesmo ano e nosso primeiro filho nasceu no ano seguinte. Sentia”me como um rei; tudo estava perfeito na minha vida. De repente, em poucos dias comecei a sentir a minha vista enfraquecer. Fui ao médico e ele constatou uma doença incurável, ceratrocone, deformação da córnea. Eu teria que usar lentes de contato, de vidro, para sempre, até quem sabe, me submeter um dia a transplante das córneas.
Tudo aquilo, tão rápido, despencou sobre a minha cabeça como uma tempestade; e eu fiquei perguntando a Deus o que tudo aquilo significava. Isto já faz vinte e quatro anos. Lembro-me que naqueles dias, perguntei ao Pe Jonas Abib, que era o nosso diretor espiritual, sobre aquilo que eu sofria. Ele me disse:
“Eu não sei o que Deus quer com isso, mas certamente ele tem um plano atrás desses acontecimentos”.
Hoje, 24 anos depois, posso avaliar o quanto esta enfermidade ajudou-me a crescer espiritualmente. Talvez eu não estivesse hoje escrevendo essas páginas sobre o valor do sofrimento, se tudo isso não tivesse ocorrido. Aprendi a ser mais paciente comigo, com a doença, com os outros. Tive que fazer três transplantes das córneas, e atrás de tudo isto sempre vi a vontade de Deus na minha vida.
O homem de fé é aquele que está pronto a dizer sempre, em qualquer circunstância da vida: “Bendito seja Deus!”
Prof. Felipe Aquino


Eu acrescentaria mais alguma coisa, para aqueles que possam pensar que Deus nao pode tambem apesar de enviar os sofrimentos para nossa santificaçao, o mesmo tambem nos envia o milagre que nos cura dos nosso males, espirituais e fisicos, alem dos socorros financeiros, mas sem antes termos aprendidos com elas para nosso bem. Porem  é em verdade que vos digo que Deus quer antes de qualquer coisa a nossa salvaçao e foi por isto que Cristo veio nos salvar, isto nao quer dizer que nao possamos ter alegria nesta vida e sucessos em nossos empreendimentos, mais quer soframos, quer se alegremos, se alegremos no senhor, e no tocar do sofrimento e das contrariedades da vida  rendemos sempre gracas ao senhor bendizendo sempre ao nosso Deus nosso salvador em tudo, nao so quando ele atende nossas preces, mais e mais ainda quando parece que Deus nao nos ouve. Buscai em primeiro lugar o reinos dos ceus e sua justiça, e todas as outras coisas viram como acrecimo, pois do que vale ao homem conquistar o mundo todo e depois perder sua salvaçao.



Pois em verdade aqueles que buscam ao ceu e sua justiça, na abundancia financeira a buscaram mesmo tendo  prosperidade financeira, pois delas usara para fazer o bem, e transformara as benças financeiras que Deus envia para ser uma bença com o irmão que padece. Pois o Cristão deve se utilizar das benças e graças que Deus envia, seja do corpo seja da alma, seja os dons naturais e espirituais, sejam eles materias, devem ser usados para o bem, e nao so para nosso bem mas como instrumento de Deus em nossas vidas para salvaçao das almas.

Pois assim bons Cristaos utilizaram suas riquezas, para o bem da Igreja, na salvaçao das almas.

Assim os Santos usaram o  seus dons espirituais para o bem das almas. 

Assim os Cristâo quando na sua pobresa glorificaram a Deus seu salvador, e no seu sofrimento ofereceram suas orações ao proximo.

E todos levados pelo Espirito Santo as praticas da virtudes, levados para todo boa obra. Pois "Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; - Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. - Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus." Mateus 5:14-16.

Por isto todos somos moldados para santificação, chamados para  toda boa obra, e todos glorificaram a Deus pela luz dos seus santos, pois neles resplandecera a luz que vem de Deus.

Por. Marcos Antonio.